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Escritora da semana: Cíntia Moscovich

Confira em nosso blog, uma entrevista exclusiva com a escritora, jornalista e mestre em Teoria Literária, Cíntia Moscovich. Dentre vários prêmios literários conquistados, destaca-se o primeiro lugar no Concurso de Contos Guimarães Rosa, instituído pelo Departamento de Línguas Ibéricas da Radio France Internationale, de Paris, ao qual concorreu com mais de mil e cem outros escritores de língua portuguesa.

Em 1996, publicou sua primeira obra individual, “O reino das cebolas”. Em 1998, pela L&PM Editores lançou a novela “Duas iguais – Manual de amores e equívocos assemelhados”, que recebeu o Prêmio Açorianos de Literatura, na modalidade de Narrativa Longa, em 1999, e que acaba de ser reeditado pela Record. Em outubro de 2000, também pela L&PM Editores, lançou o livro de contos “Anotações durante o incêndio, que tem apresentação de Moacyr Scliar e reúne onze textos de temáticas diversas, com destaque ao judaísmo e à condição feminina, merecendo outra vez o Prêmio Açorianos de Literatura. A mesma obra recebeu nova edição pela Editora Record, em novembro de 2006.

Em 2004, publicou a coletânea de contos “Arquitetura do arco-íris”, também pela Record, livro que lhe valeu o terceiro lugar em contos no prêmio Jabuti, além da indicação para o Prêmio Portugal Telecom de Literatura Brasileira e para a primeira edição do Prêmio Bravo! Prime de Cultura.

Em novembro de 2006, lançou o romance “Por que sou gorda, mamãe?”, também pela editora Record.

Em dezembro de 2007, lançou seu sexto livro individual, o romance infanto-juvenil “Mais ou menos normal”, que faz parte da série Cidades visíveis, da Publifolha.

Livraria Espaço Cultural: Quanto e como você começou a se interessar em se tornar uma escritora?

Cintia Moscovich: Sempre fui boa leitora, desde bem menina. Meu pai era um ótimo leitor, a mãe era ótima leitora: natural, portanto, que o gosto nos contagiasse. A ideia de escrever veio disso, de gostar de ler. Sempre pensei que, talvez, quem sabe um dia, eu pudesse escrever um livro.

Tentei poesia e foi horrível. Iniciei a oficina de criação literária da PUCRS, ministrada pelo Luiz Antonio de ASSIS Brasil, e deu certo.

Livraria Espaço Cultural: Como surge a inspiração para escrever seus livros?

Cintia Moscovich: A inspiração nada mais é do que um acontecimento raro e breve. Qualquer fato do cotidiano, uma cena, uma frase, um aroma, uma cor, tudo pode levar à ideia que vai levar a todas as outras ideias que formam os livros. É questão de observar e de persistir escrevendo.

Livraria Espaço Cultural: Dentro da sua biografia, existe algum livro de preferência?

Cintia Moscovich: Na verdade, não tenho um livro favorito. Todos eles foram escritos com amor infinito, dentro de determinado tempo e circunstâncias. Não posso dizer que um seja melhor que outro. Todos foram especiais, cada qual a seu tempo.

Livraria Espaço Cultural: Quais são seus escritores favoritos e atualmente está lendo qual livro?

Cintia Moscovich: Clarice Lispector, Singer, Calvino, Amos Oz, Borges, Philip Roth, Ian McEwan. Atualmente estou lendo “Céu subterrâneo”, de Paulo Rosenbaum.

Livraria Espaço Cultural: Existiram dificuldades para ingressar na literatura?

Cintia Moscovich: Tive, sim, como todos têm. O aprendizado é lento, a exigência é grande. No entanto, tive um professor que me empurrou adiante e, por sorte, ganhei o patrocínio do Fumproarte, da Secretaria Municipal da Cultura de Porto Alegre.

Livraria Espaço Cultural: Qual a sua opinião sobre a tecnologia dos e-books?

Cintia Moscovich: Sou fã de carteirinha. Amo tecnologia.

Livraria Espaço Cultural: O livro de papel ainda é valorizado?

Cintia Moscovich: Claro que sim. O livro de papel tem um encanto insuperável, que é a coisa do tato e do cheiro. Todos os sentidos se aguçam para ler. O prazer que um livro de papel proporciona ainda é inimitável.

Livraria Espaço Cultural: Qual a importância das redes sociais para o universo literário?

Cintia Moscovich: As redes sociais têm feito parte nas vidas de milhares de pessoas e, através delas, circulam opiniões sobre tudo. São mecanismos preciosos para a circulação de ideias e da literatura.

Livraria Espaço Cultural: Quais os projetos literários que você está trabalhando atualmente?

Cintia Moscovich: Estou trabalhando num romance. Mas, por superstição, não quero falar a respeito.

Livraria Espaço Cultural: Como incentivar crianças e adolescentes a lerem mais?

Cintia Moscovich: Acho que se deve dar a eles a oportunidade de escolher o que querem ler. Mas, deixando o politicamente correto de lado, ainda acho que os jovens devem ser obrigados a ler.