Cultura e Notícias

Ziraldo encanta público na Feira do Livro de Porto Alegre

Ao som dos fãs gritando “Ziraldo, cadê você, eu vim aqui só pra te ver”, o quadrinista, ilustrador, cartunista e escritor Ziraldo recebeu dezenas de pessoas na 62ª Feira do Livro de Porto Alegre, na tarde de sábado, dia 12, para autografar seu mais recente livro “Meninas”. Porém, antes da sessão de autógrafos, Ziraldo concedeu uma entrevista para a Livraria Espaço Cultural, falando também sobre seu grande sucesso “O Menino Maluquinho”. Confira!

Livraria Espaço Cultural: como é para o senhor estar mais uma vez na Feira do Livro de Porto Alegre e lançando o livro “Meninas”?

Ziraldo: Eu sou frequentador da Feira, às vezes falho um ano, mas sempre venho. Sempre adorei a Feira e a forma como ela envolve a cidade inteira. Considero essa a melhor feira do livro do Brasil, e deveria ser copiada no país inteiro. Também acho ótimo, porque o Rio Grande do Sul é independente do Brasil culturalmente. Aqui tem autores grandemente conhecidos, muito populares e que se satisfazem em ficar por aqui mesmo, o que é uma coisa sensacional. Eu fico feliz por conseguir um lugar aqui sendo “estrangeiro”, sou muito bem tratado, tiro muita fotografia e espero continuar vindo enquanto tiver resistência física.

Livraria Espaço Cultural: A que se deve o grande sucesso de “O Menino Maluquinho” que foi lançado há 36 anos e já vendeu mais de três milhões de exemplares?

Ziraldo: É a identificação. Você cria o personagem aleatoriamente, sem uma intenção e o público leitor, a que ele se destina diz: “isso tem a ver comigo”; ele se identifica com o personagem, isso é que causa o sucesso.

Livraria Espaço Cultural: Fale um pouco sobre o livro “Meninas”

Ziraldo: Eu queira apresentar a menina, explicar como é essa entidade maravilhosa que é a menina e passei o texto inteiro tentando explicá-la e justificá-la. Essa é uma versão mais demorada do que O Menino Maluquinho, que eu digo que é o anti Calvin, já que o Calvin é o menino americano e O Menino Maluquinho abraça todo mundo, tem carência afetiva. No Brasil, qualquer menino é levado pelo pai para conhecer o escritório, já o pai americano jamais levará o filho no trabalho.